O procurador de Justiça Franklin Ourives Dias da Silva ingressou no Ministério Público da Bahia (MP-BA) em 1977, mais de uma década antes da promulgação da Constituição Federal de 1988. Então, conheceu duas instituições completamente distintas ao longo de sua carreira. Agora, em 2022, se despede da casa que se dedicou por 45 anos.

Em sua trajetória pelo parquet, o uruçuquense atuou como promotor de Justiça nas comarcas de Conceição do Almeida, Xique-Xique, Camamu, Muritiba e Ilhéus, chegando em 1990 a Salvador. Seis anos depois, foi promovido a promovido a procurador de Justiça por antiguidade, função que desempenhou por 26 anos, sempre vinculado à 4ª Câmara Cível do Poder Judiciário da Bahia.

Enquanto procurador, foi escolhido em 1998 para ser subcorregedor e, no ano de 2000, eleito como corregedor-geral do Ministério Público da Bahia, cargo que ficou até 2002 e retornou para ocupar de 2012 a 2016. “Meu perfil como corregedor sempre foi de orientador. A Corregedoria, para mim, foi uma escola dentro do MP, foi uma experiência ímpar, única, que me permitiu conhecer as entranhas do nosso Ministério Público da Bahia”, resumiu Ourives.

Ele destacou que sempre adotou a política de orientar os colegas e somente em último caso punir, pois a instituição sempre teve um quadro de membros muito bom. “Promotores e procuradores de Justiça, pessoas realmente comprometidas com o Ministério Público, como ainda temos hoje e vamos ter sempre porque ser promotor de Justiça é como se fosse uma cachaça muito boa de saborear. São excelentes profissionais, cumpridores de seus deveres, de suas obrigações, então eu não tive trabalho na Corregedoria com colegas em relação à conduta ou questões de mau comportamento ou de prática de crimes”, acrescentou o procurador recém-aposentado.

Aos 75 anos, Ourives confessa que, para ele, a aposentadoria é um misto de alegria e tristeza, pois agora poderá descansar um pouco, se dedicar à família, aproveitar a vida sem tantos compromissos, mas, por outro lado, sentirá falta dos colegas e do trabalho que tanto ama e que destinou grande parte de sua existência.

“Fiz muitos amigos no Ministério Público da Bahia, quero um bem muito grande aos meus colegas. Vou levá-los para a vida e também aparecerei aqui para tomar um cafezinho […] Agora darei mais assistência à minha família porque viajava muito pela Corregedoria a trabalho, tínhamos reuniões de corregedores pelo Brasil todo. Ficarei entre Itacaré e Salvador, gosto muito de praia. Vou fazer academia, estudar idiomas, viajar. Também não vou parar de estudar, amo o Direito. Vou estudar até mais porque vou abrir os livros para estudar sem compromisso de trabalho. Tenho planos, não vou ficar parado, sou muito hiperativo”, elencou.