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1 de novembro de 2018 - 14:30 - Em destaque Notícias

Novembro Azul: Entrevista com urologista esclarece dúvidas sobre o câncer de próstata

Em virtude do “Novembro Azul”, mês em que acontece a campanha de conscientização para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata, a Ampeb entrevistou o médico urologista Marcelo Cerqueira, do Instituto de Urologia da Bahia, que faz parte do corpo clínico do Hospital Cardiopulmonar e do Hospital Aeroporto e é Presidente da Cooperativa de Urologistas da Bahia.

Quais exames são melhores para identificar o câncer de próstata?

A forma de diagnosticar mudou pouco ao longo do tempo, sobretudo no rastreamento, ou seja, encontrar o câncer em uma população que procurou unidades de saúde para saber se tem a doença, não necessariamente sentindo alguma coisa. O que aparece de novo é muito efetivo, muito útil, mas ainda é muito pouco executável em termos de população, de custo, facilidade e de tempo. Então, o toque e o PSA contemplam o diagnóstico na imensa maioria dos pacientes.

Qual a eficácia do PSA e exame de toque?

São exames ruins feitos isoladamente. Em mais de 50 % dos pacientes que têm diagnóstico de câncer de próstata, o toque não mostra alteração nenhuma. No PSA, 20% dos pacientes com a doença não fecham o diagnóstico apenas com este exame. O diagnóstico é feito com a soma dos dados dos dois exames. A confiabilidade dos dois exames é mais aceitável quando feitos juntos. Fazer um ou outro não é o mais indicado, na maioria das vezes. São raros os casos em que vemos o paciente desenvolver um tumor e não é possível conseguir diagnosticar fazendo esses exames.

Os homens ainda têm resistência em realizar o exame de toque?

Já foi mais resistente, mas com esse trabalho de conscientização que vem sendo realizado há alguns anos, é muito raro um paciente se recusar a fazer o exame hoje em dia. E olhe que eu atendo 100 pessoas por semana.

Quais outros exames existem para diagnosticar a doença?

Na verdade, existe um exame que mudou o paradigma da avaliação de próstata nos últimos anos, que se chama ressonância magnética multiparamétrica da próstata. Qual o problema desse exame? Por que não é feito em todo mundo? Primeiro que existem restrições para a realização de ressonância, como em pacientes com marcapasso, prótese metálica, é um exame caro, não tem como fazer este exame com o preço de um PSA, é um exame demorado e ainda necessita do uso de contraste. Aí você vai fazer um mutirão com várias pessoas, como vai conseguir fazer a ressonância em todas elas já que dura uma hora, em média?

Quando é indicada a ressonância?

A ressonância tem uma eficácia no diagnóstico muito boa, mas hoje é reservada para pacientes com uma suspeita muito grande, mas que não consegue fechar diagnóstico com os outros exames. Para rastreamento populacional ele não é executado ainda.

Qual o percentual de cura?

Quando você diagnostica um tumor numa fase inicial, a gente chama de tumor localizado, ou mesmo que tenha um avanço, mas que seja pequeno do ponto de vista local, com os tratamentos existentes hoje você beira, num intervalo de 15 anos, um índice de cura de 97% a 98%.

Tem alguma idade que seja de alerta máximo para a possibilidade de um câncer?

Segundo a Sociedade Americana de Urologia, a incidência de câncer de próstata só tem uma relevância entre 55 e 69 anos. Acima disso não parece ser muito vantajoso diagnosticar e abaixo deste intervalo o índice diminui. A imensa maioria dos pacientes é diagnosticada entre 60 e 70.

A partir de que idade deve-se fazer o exame?

A recomendação da Organização Mundial de Saúde hoje é que o exame de toque seja feito a partir dos 50 anos. Se tiver histórico familiar, deve começar entre 45 e 50 anos.

– Marcelo Cerqueira – Urologista do Instituto de Urologia da Bahia

Endereço: R. Eduardo José dos Santos, 147 – Rio Vermelho

Telefone: (71) 3235-1844

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