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12 de abril de 2013 - 15:30 - Notícias

Informativo semanal

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

UNIÃO DEVE SER INTIMADA EM PROCESSOS CONTRA ATOS DO CNJ

MESMO QUE ENVOLVAM TRIBUNAL ESTADUAL

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), deu provimento, na sessão

plenária desta quinta-feira (11), a agravos regimentais interpostos pela União

contra decisões monocráticas do ministro Marco Aurélio, que entendeu incabível a

intimação do advogado-geral da União nos autos de mandados de segurança

impetrados contra decisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em processos

administrativos envolvendo atos de Tribunais estaduais de Justiça (Rondônia,

Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).

Os agravos regimentais providos foram apresentados nos Mandados de

Segurança (MS) 25962, 28499, 28805 e 30736. Nestes casos, prevaleceu a

aplicação da regra expressa na nova Lei do Mandado de Segurança (Lei

12.016/2009) a qual prevê, em seu artigo 7º, inciso II, que ao despachar a inicial,

o juiz ordenará “que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da

pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para

que, querendo, ingresse no feito”.

O ministro Marco Aurélio havia indeferido a intimação sob o argumento de

que é preciso “distinguir a autoridade ou órgão coator e a pessoa jurídica que há de

suportar os efeitos de possível ordem formalizada em mandado de segurança”.

Segundo ele, quem suportará os efeitos das decisões não será a União, porque os

casos envolvem atos de tribunais estaduais, mas seu entendimento foi vencido.

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STF RESTABELECE AUTUAÇÃO DE INQUÉRITOS COM NOME

COMPLETO DE INVESTIGADO

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram, em sessão

administrativa realizada na noite desta quarta-feira (10), que os inquéritos em

tramitação na Corte e os que forem autuados a partir de agora trarão o nome

completo do investigado e não mais somente as iniciais. Com isso, restabelece-se

uma sistemática que vinha sendo adotada pelo STF desde a promulgação da

Constituição de 1988 e que foi alterada em 2010, na gestão do ministro Cezar

Peluso.

A decisão foi tomada por maioria de votos (7 a 4) após apresentação do

voto-vista do ministro Luiz Fux, que abriu a divergência. Os ministros Ayres Britto

(aposentado) e Marco Aurélio já haviam se manifestado sobre a matéria, em sessão

administrativa realizada em abril de 2012, pela total publicidade nas autuações de

inquéritos. Além dos ministros Ayres Britto e Marco Aurélio, se manifestaram pela

INFORMATIVO SEMANAL

ASSESSORIA PARLAMENTAR Nº

 

 

 

12

 

 

08 a 12 de abril de 2013.

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autuação com o nome completo nos inquéritos os ministros Joaquim Barbosa

(presidente), Cármen Lúcia, Rosa Weber, Teori Zavascki e Celso de Mello.

Os ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes

votaram no sentido de que a autuação inicial fosse feita com as iniciais, cabendo ao

ministro-relator a atribuição de decidir pela manutenção ou revogação do sigilo, por

meio de decisão fundamentada. Em seu voto-vista, o ministro Fux afirmou que a

utilização de iniciais na fase de inquérito era uma garantia contra “juízos

apressados e errôneos”. Ele lembrou que no STF 90% das denúncias são

arquivadas, não resultando em ações penais.

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PARTIDO QUESTIONA DISPOSITIVOS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) ajuizou no Supremo Tribunal

Federal (STF) a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4937 contra dispositivos

do novo código florestal (Lei 12.541, de 25 de maio de 2012). Para a legenda, os

dispositivos questionados fragilizam a proteção do meio ambiente, mitigam os seus

princípios e frustram a intenção do constituinte originário.

O partido alega que o artigo 225 da Constituição Federal, estabeleceu que

todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público

e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações.

No entanto, conta que o artigo 44 da Lei 12.651/12 criou a denominada

Cota de Reserva Ambiental (CRA), um título normativo representativo de área com

vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação. A intenção, conforme

o PSOL, é a de que as áreas que excedam os limites legais mínimos de reserva

ambiental possam ser transacionadas economicamente com proprietários de áreas

que tenham desmatado áreas de proteção permanente ou de reserva legal.

“A possibilidade de transformar uma reserva ambiental, ainda que particular,

num título nominativo de valor monetário fará com que apenas aquelas áreas de

menor valor econômico sejam utilizadas como reservas ambientais, estimulando a

especulação imobiliária”, afirma. “Assim, muitos proprietários rurais continuarão

com esse instrumento para promover desmatamento em áreas de maior valor

econômico, pagando um valor menor pela cota de reserva ambiental”, acrescenta.

Segundo o autor da ação, a cota de reserva ambiental e a servidão

ambiental não estão em conformidade com o artigo 225, caput, e parágrafo 1º,

incisos I e III, da Constituição Federal. “Estes são mecanismos teoricamente bons,

mas que, na prática, trarão maiores malefícios que benefícios”, afirma.

O PSOL ressalta, ainda, a necessidade de que haja interpretação conforme a

Constituição, para excluir as expressões “gestão de resíduos” e “instalações

necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou

internacionais, do conceito de utilidade pública – contidas no artigo 3º, inciso VIII,

alínea b”.

Isto porque, sustenta, “não se pode inferir que um Estado, ao qual é

imposta constitucionalmente a defesa e preservação do meio ambiente, conceba a

gestão de resíduos (construção de aterros sanitários) e o lazer como hipóteses de

intervenção e supressão de vegetação em áreas de preservação permanente e em

áreas de uso restrito”.

Segundo a ADI, a lei contestada apresenta inconstitucionalidade em

dispositivos porque proporcionam anistia aos proprietários que desmataram suas

terras desde que tais crimes ambientais tenham sido cometidos até o dia 22 de

julho de 2008, bem como consolida as áreas onde foram cometidos danos

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ambientais. O partido acrescenta que essa limitação temporal viola o princípio da

igualdade, uma vez que confere tratamento desigual a proprietários de imóveis

rurais que cometeram condutas lesivas ao meio ambiente.

Assim, a agremiação pede a procedência da ação direta para que seja

declarada a inconstitucionalidade do artigo 3º, inciso VIII, alínea “b”; artigo 7º,

parágrafo 3º; artigo 13, parágrafo 1º; artigo 44; artigo 48, parágrafo 2º; artigo 59,

parágrafos 2º, 4º e 5º; artigo 60; artigo 61-A; artigo 61-B; artigo 61-C e artigo 63,

todos da Lei 12.651/12.

O relator da ação é o ministro Luiz Fux.

Fonte: STF

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SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RECONHECIDA PRESCRIÇÃO EM PROCESSO PENAL CONTRA EXVEREADORES

DE MT

A ministra Assusete Magalhães, da Sexta Turma do Superior Tribunal de

Justiça (STJ), declarou extinta a punibilidade de sete ex-vereadores de Tangará da

Serra (MT), acusados de corrupção passiva. O recurso especial em que o Ministério

Público de Mato Grosso (MPMT) pedia a condenação dos réus ficou prejudicado,

devido ao reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva.

O juízo de primeiro grau fixou a pena de um ano e quatro meses de prisão

para cada um. Contudo, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) deu

provimento ao recurso da defesa para absolver todos os réus. Inconformado com a

decisão, o MPMT interpôs recurso especial no STJ, no qual pediu o restabelecimento

da condenação.

“Não é mais possível restabelecer a condenação pelo crime tipificado no

artigo 317, parágrafo 1º, do Código Penal (CP), tendo em vista a ocorrência da

prescrição da pretensão punitiva estatal”, afirmou a ministra Assusete Magalhães.

Cálculo da prescrição

De acordo com a ministra, no cálculo da prescrição, a pena a ser

considerada é de um ano e quatro meses de reclusão, que corresponde ao

montante fixado na sentença. “Não haveria sentido na utilização da pena máxima

cominada em lei, uma vez que, na hipótese de provimento do recurso, a

reprimenda máxima não mais poderia ser imposta”, disse.

Ela constatou que o prazo prescricional aplicável ao caso é de quatro anos,

conforme o artigo 109, inciso V, do CP. Havia informação no processo de que a

última interrupção do prazo prescricional se deu com a publicação da sentença

condenatória, em fevereiro de 2004.

Como se passaram mais de quatro anos desde essa data, Assusete

Magalhães concluiu que o recurso especial do MPMT não poderia ser examinado.

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ELIANA CALMON ALERTA MAGISTRADOS: JUIZ FAZEDOR DE

PROCESSOS É COISA DO PASSADO

A ministra Eliana Calmon conclamou os 55 juízes que participam do III

Curso de Iniciação Funcional de Magistrados a conformarem a Poder Judiciário do

futuro em sintonia com os anseios da sociedade brasileira.

“Espero que vocês quebrem o modelo. Estou convencida que o Judiciário

poderá mudar os destinos de nosso país e é essa a função do magistrado do século

XXI”, afirmou a ministra ao abrir o curso da Escola Nacional de Formação e

Aperfeiçoamento de Magistrados Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam).

Eliana Calmon foi enfática ao cobrar os 30 juízes do Tribunal de Justiça do

Paraná (TJPR) e os 25 do TJ do Piauí (TJPI) a assumirem as prerrogativas

estipuladas pela Constituição Federal de 1988. “O juiz fazedor de processo é coisa

do passado. Hoje, o magistrado tem de atuar politicamente, tem de participar da

administração da Justiça e tem de ser consequente em suas decisões. Por isso não

pode mais ficar isolado”, afirmou a ministra.

Diálogo maduro

“Se você não conhece a sociedade a que serve, vai servir muito mal a essa

sociedade”, disse a diretora-geral da Enfam, ao ressaltar a necessidade de os juízes

manterem uma interlocução madura e permanente com os diferentes atores

político-institucionais que atuam em sua realidade funcional. “Quem mais identifica

o bom juiz é a sociedade, não as estatísticas”, completou.

Pela primeira vez, o curso integrará magistrados recém-empossados de

diferentes estados. “É óbvio que a magistratura do Piauí tem a suas peculiaridades,

assim como a Justiça do Paraná. Mas optamos por promover essa mistura porque

queremos uma magistratura efetivamente nacional”, afirmou.

O III Curso de Iniciação Funcional de Magistrados terá uma extensa

programação de atividades até a próxima sexta-feira (12/4), incluindo 20 palestras

e visitas a órgãos como o Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior Tribunal de

Justiça (STJ), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Instituto Nacional do Seguro

Social (INSS).

Fonte: STJ

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CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO

PÚBLICO

CONSELHEIRO PARTICIPA DE LANÇAMENTO DA CAMPANHA CONTRA

A PEC/37 EM RORAIMA

Na manhã desta quinta-feira, 11/4, a Associação do Ministério Público do

Estado de Roraima, em parceria com a Procuradoria-Geral de Justiça, Ministério

Público Federal e Ministério Público do Trabalho, lançou a campanha “Brasil Contra

a Impunidade”, que tem por objetivo mobilizar a sociedade brasileira contra a

Proposta de Emenda à Constituição nº 37/11, conhecida como PEC da Impunidade.

O conselheiro Alessandro Tramujas (na foto, o quarto da esquerda para direita),

presidente da Comissão de Preservação da Autonomia do Ministério Público do

CNMP, participou do evento.

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Segundo o conselheiro, limitar a investigação ou apenas atribuir à atividade

policial representa um atentado à democracia e a sociedade brasileira. “É

importante dizer que o Ministério Público não quer de maneira alguma interferir na

atividade da polícia, mas também ajudar nas investigações”, ressaltou.

Durante o lançamento, o promotor de Justiça do MP/RR Hevandro Cerutti

destacou os riscos da Emenda, caso seja aprovada no Congresso Nacional, bem

como a importância da participação e apoio da população na luta contra a PEC 37.

“Essa Proposta vai fomentar a impunidade no Brasil. É preciso que a sociedade não

permita que esse projeto seja aprovado e o caminho mais rápido é a mobilização

social”, destacou.

A campanha Brasil contra a Impunidade é coordenada pela Associação

Nacional do Ministério Público (CONAMP), o Conselho Nacional de Procuradores-

Gerais (CNPG), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a

Associação Nacional do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

(AMPDFT), a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e a

Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM). A ação conta com o

apoio de diversas instituições, entre elas o CNMP. As ações de mobilização previstas

englobam petição pública contra a PEC 37 e ato público nacional, marcado para

24/4. Saiba mais sobre a campanha: http://brasilcontraaimpunidade.com.br/

Com informações e foto: Ascom-MP/RR.

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CNMP REALIZA II SEMINÁRIO DO FÓRUM DE ARTICULAÇÃO DAS

AÇÕES DO MP NA COPA

Acontece em Brasília, nos dias 18 e 19/4, o II Seminário do Fórum Nacional

de Articulação das Ações do Ministério Público na Copa do Mundo. O evento irá

reunir membros do Ministério Público das cidades-sede da Copa do Mundo FIFA

2014 e da Copa das Confederações FIFA 2013 – incluindo promotores e

procuradores dos MPs Estadual, Federal e do Trabalho e de Contas -, além de

representantes do Judiciário e de órgãos envolvidos com a realização dos jogos. As

discussões acontecem na sede do CNMP, sob a coordenação do conselheiro Fabiano

Silveira. O objetivo do encontro é promover o debate, articular ações, estimular a

troca de experiências e aprimorar a atuação do MP.

“O Fórum é um espaço de contato permanente entre os membros do

Ministério Público que atuam nas questões relativas à Copa do Mundo”, explica o

conselheiro Fabiano Silveira. “Os seminários são realizados periodicamente, com o

objetivo de discutir os temas que têm chamado a atenção do MP”. No primeiro dia

do evento, haverá palestras sobre custos e destinação de stands, tendas e outras

estruturas temporárias utilizadas na Copa, com membros-auxilares do CNMP; e

sobre prevenção à exploração sexual em grandes eventos, com Angélica Goulart,

secretária nacional de Promoção de Direitos da Criança e do Adolescente (SDH).

Serão discutidos ainda direito de greve e tratamento jurídico do torcedor

estrangeiro.

O secretário executivo do Ministério do Esporte, Luiz Fernandes, irá falar

sobre o atual estágio dos preparativos dos jogos e sobre a logística de realização

dos eventos. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin,

e o CEO do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Trade, farão apresentação

sobre o andamento dos trabalhos para as Copas. Também serão tema de debate as

medidas em estudo pelo CNMP para aprimorar a atuação dos membros do

Ministério Público nas situações de conflito durante o mundial.

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No segundo dia de atividades, os participantes serão divididos em cinco

grupos de trabalho: estatuto do torcedor e lei geral da copa; tratamento jurídico do

estrangeiro; funcionamento do juizado especial do torcedor; consumidor e matérias

afins; acessibilidade e exploração sexual. O resultado da discussão nos grupos será

levada à Plenária.

O que é o Fórum?

O Fórum Nacional de Articulação das Ações do MP na Copa do Mundo,

lançado em novembro de 2012, é um espaço institucional que visa a troca de

experiências e de informações entre os vários ramos do Ministério Público. Tem o

objetivo de aprimorar, coordenar e otimizar a fiscalização de obras, serviços e

outros empreendimentos públicos voltados para realização da Copa das

Confederações e da Copa do Mundo no Brasil, além de estudar e conceber ações

para garantir os direitos do consumidor e do torcedor.

A primeira edição do Seminário teve como resultado a Carta de Brasília (leia

aqui a íntegra ), que manifesta publicamente as metas e compromissos dos

participantes do Fórum. O segundo seminário irá discutir ações concretas para

colocar em prática as metas da Carta.

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CNMP FAZ DIAGNÓSTICO DO CONTROLE INTERNO DO MP

BRASILEIRO

A Comissão de Controle Administrativo e Financeiro do Conselho Nacional do

Ministério Público (CCAF/CNMP) está iniciando um diagnóstico das áreas de

Controle Interno nas unidades do MP em todo o país. Um questionário para

levantamento de informações básicas sobre a organização desses setores foi

enviado aos procuradores-gerais.

A membro auxiliar da CCAF e promotora de Justiça do Ceará Evelyne Rocha

explica que várias unidades do Ministério Público já responderam ao questionário.

“O diagnóstico faz parte de um projeto que visa fortalecer as áreas de controle

interno do MP brasileiro, elevando os níveis de eficiência da administração

orçamentária e financeira da Instituição”, afirma Evelyne, que destaca, ainda, que

esse trabalho é pioneiro no CNMP.

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CCJ DO SENADO APROVA INDICAÇÃO DE ALEXANDRE SALIBA PARA

O CNMP

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A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal

aprovou nesta quarta-feira, 10/4, depois de sabatina, a indicação do juiz federal

Alexandre Saliba (foto) à vaga do Superior Tribunal de Justiça no Conselho Nacional

do Ministério Público (CNMP). O nome dele segue agora para apreciação do Plenário

da casa.

Durante a sessão, Alexandre Saliba relatou sua experiência profissional

como juiz estadual e federal. Bacharel em Direito pela Universidade Santa Cecília

dos Bandeirantes, tem especialização em Direito Processual Penal pela Universidade

Metropolitana de Santos. Atuou como advogado, juiz do tribunal de Justiça do Mato

Grosso do Sul, juiz federal das 2ª e 3ª regiões, juiz auxiliar no gabinete da Ministra

Ellen Grace, do Supremo Tribunal Federal, e integrante da comissão da mesma

corte sobre o aprimoramento do processamento das extradições.

Depois de apresentado o currículo, Saliba falou sobre as contribuiç

 

ō

 

es que

pretende dar ao CNMP. Citou projetos que merecem ser continuados e

 

aprimorados, como a Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp),

 

as Tabelas Unificadas e o Processo Judicial Eletrônico. “As tabelas unificadas vêm

 

dando bons resultados. Elas unificam as nomenclaturas de forma que tanto o

 

membro do MP do Acre quanto o do Rio Grande Sul entendam de que se trata o

 

processo”, afirmou.

 

Quanto ao Processo Judicial Eletrônico, recentemente implementado pelo

 

Conselho, Saliba afirmou que essa é uma necessidade atual. “Não podemos mais

 

fugir dessa tendência mundial que é o processo eletrônico. Temos que mudar a

 

mentalidade dos operadores de direito, já que muitas vezes os mais antigos são

 

avessos às novas tecnologias”, declarou. O juiz contou ao senadores que na vara

 

federal onde atua, em São Carlos (SP), são realizadas audiências virtuais, por meio

 

de videoconferência, posteriormente transcritas por um estagiário deficiente visual.

 

A indicação do juiz federal Alexandre Saliba foi aprovada por 11 votos a 1. O

 

nome dele segue agora para apreciação do Plenário do Senado.

 

Foto: Sérgio Almeida/Ascom-CNMP

 

 

 

Fonte: ASCOM

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CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

CNJ AUXILIA EXECUTIVO NA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE

ACOMPANHAMENTO DE PENAS

Integrantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estão auxiliando o

Ministério da Justiça a identificar, nas Varas de Execução Penal dos Tribunais de

Justiça, os melhores sistemas de acompanhamento de processos de cumprimento

de pena. A ideia é detectar boas práticas que possam ser replicadas nos estados, a

fim de dar cumprimento à Lei n. 12.714/2012.

Publicada em setembro do ano passado, a lei prevê a criação de um sistema

nacional de acompanhamento de penas, prisões cautelares e medidas de

segurança. A ferramenta deverá ser criada pelo Executivo Federal e abastecida por

várias autoridades envolvidas com a execução penal, como magistrados, policiais e

diretores de unidades prisionais e de internação.

Nesta semana, o coordenador do Departamento de Monitoramento e

Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas

Socioeducativas (DMF) do CNJ, Luciano Losekann, esteve no Tribunal de Justiça do

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Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), onde se reuniu com o juiz titular da Vara

de Execução Penal (VEP), Ademar Silva de Vasconcelos, e dois integrantes da

Secretaria de Reforma do Judiciário (SRJ) do Ministério da Justiça, para tratar do

assunto.

Após a reunião, Kelly Oliveira de Araújo, diretora do Departamento de

Políticas Judiciárias da SRJ, e o servidor Diogo Machado de Carvalho foram

apresentados ao Sistema Integrado de Administração Penitenciária (Siapen) do

TJDFT, ferramenta que traz o histórico das informações sobre os presos que

cumprem pena no DF. Entre as informações disponíveis no sistema sobre cada

preso estão o histórico de consultas médicas, de infrações disciplinares, os

processos a que o preso responde e a lista dos visitantes que estiveram em contato

com o preso, entre outros dados.

“Antes de analisar a concessão de um benefício, o juiz pode fazer pesquisa

on-line no sistema e checar se há faltas graves e recentes que impossibilitem essa

progressão, por exemplo”, explicou Angelo Pinheiro Fernandes, juiz de Direito

substituto da VEP do TJDFT. “Esse sistema já é um embrião do que prevê a lei.

Viemos aqui para conhecê-lo e ver se podemos distribuir aos outros estados o

código-fonte”, disse o juiz Luciano Losekann, do CNJ.

De acordo com a diretora de Políticas Judiciárias da SRJ, a entrada em vigor

da Lei n. 12.714/2012 – um ano após a publicação – tornará necessária a criação

de sistemas interoperáveis de acompanhamento e monitoramento da pena em

todos os estados, semelhante ao usado no TJDFT. “A proposta da Lei é que nenhum

detento fique preso um dia a mais do que é previsto e para isso será preciso ter um

sistema informatizado eficiente que reúna todas as informações”, explicou Kelly

Oliveira.

Com esse objetivo, disse, integrantes do Ministério da Justiça têm procurado

conhecer os sistemas já implantados em alguns tribunais, a fim de identificar um

que atenda às necessidades impostas pela Lei e possa ser replicado nos outros

estados. Nos próximos dias, a equipe da SRJ tentará conhecer também sistemas

usados na Secretaria de Justiça do Paraná e nos estados do Rio Grande do Sul,

Santa Catarina e Sergipe.

Tatiane Freire

Agência CNJ de Notícias

Fonte: CNJ

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CONGRESSO NACIONAL

CPIS VIRARAM INSTRUMENTO DE GOVERNO E PERDERAM EFICÁCIA,

DIZEM ESPECIALISTAS

Criadas para ser um instrumento para os partidos de oposição exercerem o

direito de investigar, atualmente as comissões parlamentares de inquérito (

 

CPI

 

s)

são instrumento de governo. E perderam eficácia. A conclusão é da cientista política

 

Argelina Figueiredo, que analisou as CPIs da Câmara dos Deputados entre 1946 e

 

2002. “O Executivo usa a CPI como um instrumento para impedir que a oposição

 

funcione. O governo tem maioria, consegue assinaturas para criar a comissão. No

 

entanto, o governo não tem interesse de concluir essa CPI; ela está ali

 

simplesmente para ficar na fila, para impedir que outra – da oposição, que pode

 

incomodar mais – seja instalada”, explica, lembrando que isso só é possível porque

 

na Câmara dos Deputados não podem funcionar mais que cinco CPIs ao mesmo

 

tempo.

 

A cientista política afirma que aumentou também o controle governista

 

dentro das comissões parlamentares de inquérito. “O número de relatores e

 

presidentes da base de apoio ao Executivo é maior atualmente. Mas faz parte do

 

jogo político. CPI é uma coisa que qualquer governo prefere que não tenha, porque

 

ocupa o Congresso nas atividades investigativas e menos nas atividades de

 

produção de políticas, de aprovação de leis que o Executivo tem interesse”,

 

complementa Argelina. A análise que fez mostrou também que menos CPIs estão

 

sendo instaladas e concluídas em relação ao período anterior a 1964.

 

 

 

Faltam resultados

Outros especialistas concordam que faltam resultados concretos da

investigação parlamentar. “Ainda não existe um instrumento específico para medir

10

esses resultados”, afirma o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Lucio

Rennó. “Não temos retorno das recomendações administrativas, não sabemos como

estão os processos judiciais. A única forma de medir o resultado de CPIs é analisar

as proposições legislativas que apresentou. Esta é a única etapa que depende

somente do Legislativo. E nesse quesito, o resultado é zero. Nos últimos 15 anos,

só um projeto de lei foi aprovado (o que não prescreve crime de abuso sexual), o

que é um absurdo”, avalia o mestre em Ciência Política Wellington de Oliveira, que

analisou as CPIs da Câmara entre 1999 e 2007.

VEJA INFORMAÇÕES SOBRE TODAS AS CPIs DA CÂMARA E CPMIs DO

CONGRESSO

Para Oliveira, a efetividade das CPIs poderia aumentar se houvesse maior

controle por parte do Congresso das providências que são tomadas a partir das

conclusões das comissões de inquérito. A consultora legislativa da Câmara, Marcia

Bianchi, que já ajudou nos trabalhos de mais de 50 CPIs, discorda. “Se houver um

acompanhamento, o Parlamento vai acabar fazendo o trabalho de outros órgãos, e

isso não cabe. Se não houver providências, e o problema persistir, cabe ao

Legislativo criar outra CPI, frente a uma nova realidade”, justifica.

A Lei

 

10.001/00

 

determina que os órgãos que receberem recomendações de

CPIs devem, em um mês, apresentar ao Congresso Nacional os encaminhamentos

 

que tomou ou a justificativa pela omissão. Também devem atualizar o Legislativo

 

sobre o andamento dos pedidos semestralmente. Apesar de prever sanções

 

administrativas, civis e penais, a lei não vem sendo cumprida. Na Câmara dos

 

Deputados, não há registro de recebimento desse tipo de informações.

 

 

 

Governo e oposição discordam

11

O líder da Minoria, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) concorda que as CPIs

perderam eficácia. “A própria prerrogativa do deputado de fiscalizar maus feitos

também perdeu a eficácia. O governo se apossa da função dos parlamentares,

direcionando o rumo que eles e a investigação devem tomar. Os deputados da base

governista aceitam isso, confundindo o ‘ser situação’ com ‘ser subserviente’,

tornando as CPIs esvaziadas, CPIs de faz-de-conta”, avalia. No entender do

deputado, para mudar essa situação, seria necessário mudar as atuais regras de

composição de CPIs, que levam em conta a proporcionalidade dos partidos

políticos. “Se está investigando algo do governo, não pode colocar alguém do

próprio governo para presidir e relatar. É um absurdo, mostra que o interesse é não

investigar. É preciso mudar isso para resgatar a credibilidade do Legislativo”,

argumenta Leitão.

Já o líder da

 

Maioria

 

, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), admite que o

Executivo influencia nas investigações parlamentares. “Todos os governos atuam,

 

porque não vão deixar a oposição desmoralizá-lo”, explica. Mas ele discorda que as

 

CPIs tenham se tornado um instrumento de governo. “Que eu saiba não

 

propusemos nenhuma nos últimos anos”. Para Chinaglia, o principal problema é

 

outro. “É preciso fazer uma reflexão sobre o uso desse instrumento poderoso. O

 

que tem ocorrido é que, pelo fato de atrair mídia, dar projeção, se banaliza a CPI

 

ao fazer dela só um palco de disputa política. Isso resulta, muitas vezes, em um

 

trabalho estéril, sendo que poderia acabar em punição e mudança de legislação”,

 

diz o líder da bancada governista.

 

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APÓS IMPASSE, LOBÃO FILHO É ANUNCIADO COMO PRESIDENTE DA

CMO

Após vários adiamentos, o senador Lobão Filho (PMDB-MA) foi anunciado

nesta quarta-feira (10) como o novo presidente da Comissão Mista de Orçamento

(CMO). O atraso na definição ocorreu devido a um impasse de natureza política e

regimental, já que os defensores da candidatura do senador Acir Gurgacz (PDT-RO)

alegavam que havia um acordo que lhe garantia o cargo, além de questionarem o

direito de Lobão Filho de assumir a comissão.

Pouco antes do acordo que definiu o novo presidente da CMO, o líder do PT

no Senado, Walter Pinheiro (BA), afirmou que os critérios regimentais davam ao

PMDB, partido majoritário no Senado, o direito de escolher quem ocupará o cargo

neste ano – mesmo que o nome fosse de outro partido. Mas o PDT argumentava

que um acordo feito com Renan Calheiros, quando ele ainda era líder do PMDB e

candidato a presidente do Senado, permitia a Acir Gurgacz presidir a comissão.

Interpretação regimental

Além disso, o líder do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo (CE),

afirmava que Lobão Filho não poderia ser o novo presidente por ser suplente de

senador – no caso, de seu pai, Edison Lobão, que se licenciou para assumir o

Ministério das Minas e Energia. Seu argumento era que, como o Regimento do

Senado e o Regimento Comum das duas Casas não tratam do assunto, devia

prevalecer o Regimento da Câmara, que proíbe suplentes nos cargos das

comissões.

Lobão Filho disse que esse questionamento representou “uma dúvida

jurídica legítima, que acabou sendo pacificada por uma resposta formal do

departamento jurídico do Senado”. Ele também afirmou que o PDT e Acir Gurgacz

aceitaram seus apelos para que se tornasse o novo presidente da CMO, “pois a

comissão já tem várias medidas provisórias para analisar e não pode ter seus

trabalhos atrasados”.

12

Por sua vez, o líder do PDT na Câmara, André Figueiredo, declarou que “os

acordos feitos no Congresso, infelizmente, não são cumpridos”.

Ao ser questionado por jornalistas se o governo federal interveio nas

negociações para que seu nome fosse aceito, Lobão Filho respondeu

negativamente, afirmando que essa decisão “é uma prerrogativa do Legislativo”.

Nova polêmica

Falta ainda a definição dos outros cargos da comissão. O de relator-geral

deverá ser ocupado por Miguel Corrêa (PT-MG). Tanto ele como Lobão Filho devem

ser oficialmente confirmados na próxima semana, quando o governo enviará ao

Congresso o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Já o cargo de vicepresidente

da CMO foi outro motivo de controvérsia, pois o PSDB alega que tem

direito a esse posto com base no princípio da proporcionalidade.

– Por que isso não foi definido hoje [quarta-feira, 10]? – questionou o

deputado federal Bruno Araújo (PE), que já foi líder do PSDB na Câmara.

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SENADO FEDERAL

IVO CASSOL SE DEFENDE CONTRA ‘ACHISMO’ EM ACUSAÇÃO DE

IMPROBIDADE

O senador Ivo Cassol (PP-RO), em pronunciamento nesta quinta-feira (11),

classificou como mentirosa a ação em que o Ministério Público (MP) o acusa de

dano ao erário por pagamento irregular de servidores na época em que governou

Rondônia. Cassol destacou que defende a atuação do MP, mas rejeitou denúncias

motivadas por “achismo”:

— Quando um promotor denuncia, perante a sociedade você já é bandido,

você já é ladrão. Isso inibe as pessoas. Então, quem faz a denúncia tem que ter

essa responsabilidade e, ao mesmo tempo, tem que responder por elas –

protestou.

Segundo o senador, a denúncia se refere a concurso público para

preenchimento de 900 vagas no Hospital Regional de Cacoal, realizado em 4 de

maio de 2010 – data em que, conforme frisou, o governador era João Cahulla. Ele

avalia que é alvo de ação do MP porque “Ivo Cassol aguenta pancada, é polêmico”:

— Eu não era governador, eu não inaugurei a obra, eu não contratei os

servidores, eu não dei prejuízo.

Cassol declarou que não há qualquer prova de sua participação nos casos de

improbidade de que é acusado, mas destacou a importância de se pôr na cadeia o

“homem público que pisa na bola”.

Ele manifestou preocupação com a precariedade do Hospital Regional de

Cacoal, que tem funcionamento limitado por falta de material, e lembrou que

completou as obras da unidade com verbas estaduais porque a União não cumpriu

seu compromisso com o estado.

Em aparte, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) manifestou confiança na

inocência de Cassol, classificando a corrupção como “um câncer que mata as

nossas crianças e o nosso povo”.

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13

PLENÁRIO APROVA AMPLIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DA CCJ

O Plenário aprovou, nesta quinta-feira (11), o Projeto de Resolução do

Senado (PRS)

 

24/2013

 

, que aumenta de 23 para 27 o número de integrantes da

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). O senador Gim Argello (PTBDF),

 

autor do projeto, defendeu a ampliação do número de membros da CCJ em

 

razão do crescimento da produção legislativa no Senado, quase sempre submetida

 

ao exame daquele colegiado.

 

Gim Argello argumentou, ainda, que o aumento no número de membros

 

igualará a CCJ às comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Educação, Cultura

 

e Esporte, compostas por 27 membros titulares e igual número de suplentes.

 

Ao apresentar seu voto favorável à medida, o relator e presidente da CCJ,

 

senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), assinalou a importância da incorporação de mais

 

quatro senadores à comissão para a agilização dos trabalhos.

 

Formada atualmente por 23 parlamentares, a CCJ é responsável pela análise

 

da constitucionalidade, juridicidade e regimentalidade das proposições que

 

tramitam no Senado. Também é da competência da comissão emitir parecer sobre

 

matérias que tratam da perda de mandato de senador e da escolha de ministro do

 

Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral de República, entre outras

 

autoridades.

 

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DEPUTADO NELSON PELLEGRINO É O NOVO PRESIDENTE DA

COMISSÃO DE INTELIGÊNCIA

O deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), presidente da Comissão de Relações

Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, assumiu, nesta quartafeira

(10), a presidência da Comissão Mista de Controle das Atividades de

Inteligência (CCAI).

No início da reunião, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que presidiu o

colegiado durante o ano de 2012, passou o seu comando ao deputado Nelson

Pellegrino, informando sobre o critério de rodízio, segundo o qual os presidentes

das Comissões de Relações Exteriores das duas Casas do Congresso Nacional se

alternam, a cada ano, na presidência da CCAI. O senador Ricardo Ferraço é o atual

presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.

Em seu discurso de posse, Nelson Pellegrino apontou como uma das tarefas

mais importantes e urgentes do colegiado a votação do seu regimento interno. Ele

anunciou que dará prioridade ao tema, devendo reunir-se com o presidente do

Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nos próximos dias para pedir agilidade na

tramitação de projeto de resolução que cria o regimento interno da comissão.

Colocando-se à disposição do novo presidente da CCAI para contribuir nos

trabalhos da comissão, Ricardo Ferraço ressaltou a importância da atividade de

inteligência para as sociedades organizadas. De acordo com ele, um tema

importante para a discussão no colegiado este ano poderia ser a realização de uma

comparação entre os modelos de sistema de inteligência em vários países

desenvolvidos com o adotado atualmente pelo Brasil.

Abin

A comissão aprovou ainda um convite ao general José Elito, chefe do

Gabinete de Segurança Institucional, para prestar esclarecimentos sobre atividade

de vigilância de sindicalistas pela Agencia Brasileira de Inteligência (Abin), noticiada

recentemente pelo jornal O Estado de S. Paulo. A próxima reuniao do colegiado

está marcada para quarta-feira (17), às 15h.

Fonte: Agência Senado

14

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CÂMARA DOS DEPUTADOS

PRESIDENTE PEDE ÀS COMISSÕES PAUTA DE CONSENSO PARA

AGILIZAR TRAMITAÇÃO

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, pediu, nesta quarta-feira,

aos presidentes das comissões permanentes a elaboração de uma agenda de

matérias de consenso, que possam tramitar com agilidade pela Câmara e pelo

Senado. O objetivo é estabelecer uma sinergia nas deliberações e no fluxo das

proposições nas duas casas legislativas.

Segundo o deputado Décio Lima (PT-SC), presidente da Comissão de

Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), por onde passam todas as matérias, o

procedimento já foi acertado com o presidente do Senado, Renan Calheiros.

“Para exemplificar: Nós, às vezes, estamos debatendo algumas matérias no

âmbito das comissões que, dificilmente, naquele ano poderão vir ao Plenário da

Câmara e também à aprovação no Plenário do Senado Federal”, disse Décio.

O parlamentar informou que o presidente da Câmara marcou nova reunião

para daqui a 15 dias a fim de consolidar uma pauta das matérias que serão

debatidas e votadas ao longo deste ano.

Mais de 5 mil propostas na CCJ

De acordo com o presidente da CCJ, as proposições a serem priorizadas

serão aquelas de reflexo significativo na vida da sociedade e também as relativas

ao pacto federativo. O deputado disse que somente na Comissão de Constituição e

Justiça existem hoje mais de cinco mil (5.124) proposições aguardando análise,

mas algumas delas devem ser arquivadas. Segundo ele, a comissão precisará fazer

um mutirão para selecionar as que serão levadas ao presidente da Câmara.

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HENRIQUE ALVES DIZ QUE DECISÃO DO TSE SURPREENDEU A

TODOS

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, disse nesta manhã que foi

preocupante a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de alterar a quantidade

de deputados de 13 estados. Ele não descartou a possibilidade de recorrer ao

Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que já pediu à consultoria jurídica da Casa

para examinar a decisão. “O assunto pegou a todos nós de surpresa”, disse o

presidente da Câmara.

Alves participou de um café da manhã com a presidente do TSE, ministra

Cármen Lúcia, o ministro do STF Dias Toffoli e o presidente do Senado, Renan

Calheiros, para definir as regras das eleições de 2014. Presidentes de 26 partidos

políticos também participaram do encontro.

Ontem, o TSE decidiu, por cinco votos a dois, alterar a quantidade de

deputados federais. O novo cálculo foi feito com base dos dados do Censo de 2010

do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, a divisão das

513 cadeiras da Câmara é baseada nos dados da população dos estados em 1998.

Números

O Pará é o estado que mais vai ganhar cadeiras, passará de 17 para 21. Ganharão

15

mais uma cadeira Amazonas e Santa Catarina. Ceará e Minas Gerais passarão a ter

mais dois deputados.

Quem mais perdeu foi Paraíba e Piauí, com menos dois deputados a partir

das próximas eleições. Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro

e Rio Grande do Sul perderão uma cadeira.

A Constituição limita em 8 o número mínimo de deputados por estado e em

70 o máximo. A legislação também determina que o número dos 513 deputados

por bancada deve ser definido no ano anterior às eleições.

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MUDANÇAS NA LEI ANTIDROGAS PODE SER INCLUÍDA NA PAUTA DO

PLENÁRIO

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, vai tentar pautar, nos

próximos dias, projeto de lei que altera a Lei Antidrogas (Lei 11.343/06),

aumentando a pena para o tráfico e regulando a internação involuntária de usuários

ou dependentes químicos (PL 7663/10). Polêmica, a proposta tramita em regime de

urgência.

Na última quarta (10), em manifestação de organizações da sociedade civil

por mais recursos para a saúde, entidades como o Conselho Federal de Psicologia

defenderam a rejeição da matéria. Para o conselho, o projeto fortalece o

preconceito contra o usuário de drogas ao manter a criminalização do consumo e

prever a internação involuntária do indivíduo.

Na avaliação do presidente da entidade, Humberto Verona, não haveria

necessidade de mudança na legislação voltada às drogas. “O projeto fecha as leis

que existem hoje, que são mais flexíveis, abertas, discutidas com sociedade, e cria

condições muito mais rigorosas, inflexíveis para os usuários de drogas.”

Comissão Especial

A proposta pronta para o Plenário resulta do trabalho de uma comissão

especial que analisou 16 projetos sobre o tema. O parecer aumenta de cinco para

oito anos de prisão a pena mínima para quem vende, oferece, transporta, fornece

ou guarda consigo drogas. A pena mínima para quem se associa para o tráfico sai

de três para oito anos.

No caso daqueles considerados usuários pela Justiça, a pena de prestação de

serviços à comunidade aumenta de cinco meses para um prazo de seis a doze

meses. Uma das novidades da proposta é a previsão de que, nesse caso, o Poder

Público deverá acompanhar o desenvolvimento das atividades pelo usuário ou

dependente de drogas.

O texto estabelece, além disso, a obrigação de os usuários ou dependentes

receberem planos individuais de tratamento, que poderão prever a internação do

usuário, voluntária ou involuntária. A involuntária se dá a pedido de familiar ou, na

falta deste, do serviço público que constate a necessidade da medida. Nesse caso,

ela só será realizada após decisão médica e pelo tempo suficiente para a

desintoxicação, não superior a 180 dias.

Pela proposta, as internações e altas deverão ser registradas no Sistema

Nacional de Informações sobre Drogas, a ser criado. Os dados, sigilosos, poderão

ser consultados pelo Ministério Público e órgãos de fiscalização, na forma de

regulamento posterior à aprovação da proposta.

Expansão do crack

Autor de um dos projetos que subsidiam a discussão, o deputado Osmar Terra

(PMDB-RS) avalia que a atual Lei Antidrogas, de 2006, não barrou a expansão do

consumo de entorpecentes, principalmente o crack.

16

“Eu observei, quando fui secretário de Saúde do Rio Grande do Sul por oito

anos, que eu não conseguia iniciar tratamento em praticamente ninguém

dependente de crack, por exemplo. As pessoas que ficam dependentes do crack

têm tal grau de transtorno mental, quando ficam na intoxicação aguda da droga,

que levam anos para pensarem em se tratar”, afirmou.

Ainda segundo o parlamentar, a decisão de internação voluntária só

acontece quando o dependente está em estado muito grave de saúde física. “Então,

para tratar os meninos dependentes do crack, temos que ter um instrumento mais

forte, que vá, mesmo contra a vontade deles, levá-los ao tratamento, levá-los à

desintoxicação”, afirmou.

A internação de usuários de drogas também está em discussão no Senado,

onde recentemente a Comissão de Assuntos Sociais aprovou projeto que prevê a

internação compulsória de dependentes a partir de determinação judicial (PLS

111/10). A última versão do texto em discussão na Câmara não prevê essa

modalidade de internação.

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CÚPULA DO NOVO CPC MUDA TEXTO NA TENTATIVA DE ACORDO

ANTES DO RELATÓRIO FINAL

O presidente da comissão especial do novo Código de Processo Civil (CPC –

PL 8046/10), deputado Fabio Trad (PMDB-MS) e o relator da proposta, deputado

Paulo Teixeira (PT-SP), reuniram-se ontem (10) com sub-relatores e alguns

parlamentares para ajustar os últimos pontos antes da apresentação do relatório

final, prevista para a próxima quarta-feira (17).

Trad explicou que os deputados decidiram alterar os efeitos da apelação da

sentença. Eles mantiveram a norma já utilizada atualmente, em que a apelação

impede, na maioria dos casos, a aplicação da decisão do juiz até que a segunda

instância analise esse recurso (efeito suspensivo da apelação).

O projeto original tem orientação contrária. Pelo texto, a sentença do juiz

deverá ser executada, independentemente da apresentação de recurso. O efeito

suspensivo não seria regra, mas poderia ser concedido pelo magistrado caso a

caso. A intenção da proposta original é agilizar o cumprimento da sentença do

primeiro grau, mas, para o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), a medida vai causar

prejuízos aos cidadãos, que teriam de cumprir certa determinação mesmo depois

de recorrer. Ele ressaltou ainda que o projeto garantia o efeito suspensivo da

apelação nos processos da União, dos estados e dos municípios, porém vedava esse

direito ao cidadão comum. “O cidadão tem direito a um duplo grau de exame da

decisão do juiz, ou seja, do seu caso ser analisado por um juiz e revisto por um

tribunal”, defendeu.

Reintegração de posse

A polêmica persiste, segundo Trad, em outros dois pontos. Deputados

ligados ao agronegócio, por exemplo, continuam insatisfeitos com a norma que

obriga o juiz a realizar uma audiência de conciliação entre governo, Ministério

Público, defensores públicos e donos das terras antes de analisar a reintegração de

posse nos conflitos por terra ou imóvel.

Apesar de o relator ter recuado na proposta original e limitado essas

audiências aos casos em que o proprietário demorar mais de seis meses para pedir

a reintegração de posse, alguns deputados querem ampliar esse prazo para um

ano.

Penhora on-line

Outro ponto em que ainda não há consenso é a penhora on-line, prática que

permite o bloqueio de contas bancárias para o pagamento de débitos por ordem da

17

Justiça. O deputado Efraim Filho (DEM-PB) alerta que o CPC não pode permitir o

congelamento do capital de giro das empresas, inviabilizando a atividade comercial.

“Precisamos criar mecanismos para que evitar o uso indiscriminado e atingir o

capital de giro das companhias, gerando a chamada ‘falência branca’ delas”, disse

Efraim.

Trad salientou, no entanto, que as polêmicas serão superadas o dia 17.

“Diante dos mais de mil artigos do novo CPC, essas divergências são pequenas, não

ultrapassam cinco pontos”, minimizou.

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TRABALHO APROVA CRIAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO

CONTRIBUINTE

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou

proposta que institui o Código de Defesa do Contribuinte. A medida também cria o

Conselho Federal de Defesa do Contribuinte (Codecon), que será composto

paritariamente por representantes do Poder Público e de entidades empresariais e

de classe.

O texto aprovado estabelece, por exemplo, o direito do contribuinte de

acessar informações pessoais e econômicas que constem de qualquer registro dos

órgãos da administração tributária federal, estadual, distrital ou municipal. Além

disso, será direito do contribuinte eliminar dos registros públicos dados falsos ou

obtidos por meios ilícitos e ainda retificar, completar e atualizar informações

incorretas, incompletas, dúbias ou desatualizadas.

Já em relação aos deveres da administração fazendária, o projeto, por

exemplo, prevê que bens, mercadorias, documentos, arquivos eletrônicos ou

programas de computador apreendidos ou entregues pelo contribuinte ao Poder

Público, excetos aqueles que constituam prova de infração à legislação tributária,

serão devolvidos após o fim da fiscalização ou do processo administrativo fiscal.

Substitutivo

O texto aprovado é o substitutivo da relatora, deputada Gorete Pereira (PR-CE), ao

Projeto de Lei 2557/11, do deputado Laercio Oliveira (PR-SE). A relatora manteve a

essência da proposição original, mas decidiu “aperfeiçoar alguns pontos”.

Entre os pontos incluídos por Gorete estão três novos direitos do

contribuinte:

– de participar na primeira instância do processo administrativo fiscal;

– à defesa oral perante as delegacias regionais de julgamento da Receita Federal; e

– à utilização de meios eletrônicos que facilitem o exercício das obrigações de

contribuinte e acompanhamento do processo administrativo fiscal.

Em relação às garantias, a relatora incluiu dispositivo que prevê a existência

e aplicação de um controle social na gestão tributária, a ser efetuado por órgão

paritário independente. Esse órgão deverá ser constituído com representantes do

governo e da sociedade, a fim de manter o equilíbrio nas relações tributárias.

Outra alteração determina que a Confederação Nacional do Turismo e a

Confederação Nacional dos Transportes também façam parte do Codecon. Na

proposta original, já constam como integrantes do conselho:

– o Congresso Nacional;

– a Confederação Nacional do Comércio;

– a Confederação Nacional da Indústria;

– a Confederação Nacional das Instituições Financeiras;

– a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil;

– o Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae);

18

– a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);

– o Conselho Federal de Contabilidade;

– o Ministério da Fazenda;

– a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional;

– o Ministério da Justiça; e

– o Ministério da Defesa;

Tramitação

A projeto, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisado pelas comissões

de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara

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OUTRAS

EUA DISCUTEM CONFLITO ENTRE SEGURANÇA E LIBERDADES

Telefones celulares servem para muitas coisas, incluindo salvar vidas. Na

área criminal, podem ajudar a solucionar casos de estupros e de sequestros, a

localizar pessoas desaparecidas, às vezes até mortas, porque as operadoras podem

informar rapidamente à Polícia onde o sinal do telefone da vítima foi captado pela

última vez. Esses são argumentos da Polícia americana, que espera maior

cooperação das operadoras de telefonia celular no combate ao crime. Mas isso as

operadoras americanas evitam fazer, dizem os jornais.

Há uma justificativa, dizem elas. Há risco de serem

 

processadas

 

por violar

direitos dos cidadãos, como o de não revelar informações confidenciais ou o direito

 

à privacidade. E também desconfiam de que nem todos os policiais podem usar a

 

informação para efeitos de investigação apenas. Por isso, requerem um mandado

 

judicial cada vez que essa informação é requisitada pela Polícia.

 

O processo de obtenção de um mandado judicial pode ser demorado o

 

suficiente para a informação chegar tarde demais. Principalmente em casos de

 

raptos de crianças e adolescentes, em que há suspeita de sequestro para abuso

 

sexual. “Se você não resolve um sequestro de criança dentro de três horas, será

 

tarde demais”, argumenta a Polícia.

 

No centro das discussões está o antigo conflito entre as ideias de segurança

 

da população e os princípios consagrados das liberdades individuais. Na verdade,

 

existe uma lei federal que “permite” às operadoras fornecer a informação sobre a

 

localização do celular à Polícia, em casos de emergência, mas não as “obriga” a

 

fazê-lo.

 

Essa discussão específica se desenrola nos EUA desde 2007, quando a

 

estudante Kelsey Smith, de 18 anos, foi sequestrada no estacionamento de um

 

 

 

shopping

 

 

, em Kansas, e estuprada e morta. Familiares e amigos procuraram a

estudante desesperadamente por quatro dias. A Polícia ajudou, enquanto discutia

 

com a companhia telefônica a liberação da informação sobre a localização do

 

telefone celular da moça.

 

Depois de quatro dias, a Polícia finalmente obteve a informação da

 

operadora e, uma hora depois, o corpo da estudante foi localizada em um estado

 

vizinho. Pouco tempo depois, o criminoso foi identificado, localizado e preso.

 

Em 2009, o Legislativo de Kansas aprovou uma legislação que viabiliza o

 

fornecimento desse tipo de informação por uma operadora de celular à Polícia — a

 

“Lei Kelsey”, em homenagem póstuma à vítima, cujo caso que gerou a proposição

 

 

19

do projeto de lei. A lei é específica para “casos de emergência” e tenta imunizar as

operadoras contra processos judiciais, quando liberam informações pessoais com

essa finalidade.

A lei dispõe: “Nenhuma causa de ação deve ser movida em qualquer tribunal

contra qualquer provedora de serviços de telefonia móvel comercial ou serviço de

voz sobre IP, seus executivos, funcionários ou agentes, por fornecer informação

sobre localização de telefone celular em uma situação de emergência”.

Nos anos seguintes, mais oito estados — Nebraska; Minnesota; Nova

Hampshire; Dakota do Norte; Missouri; Havaí; Tennessee; e Utah — aprovaram leis

semelhantes. Isso se deve, em boa parte, a uma cruzada empreendida pelos pais

de Kelsey — Missey Smith e Greg Smith, que é senador estadual — pelos estados

para “promover” a lei. Na semana passada, eles visitaram Rhode Island. E nessa

semana, Nevada.

O casal leva aos parlamentares estaduais a seguinte mensagem: “Isso não é

uma questão de privacidade. Não se trata de violar conteúdo dos telefonemas.

Ninguém está solicitando mensagens de texto ou informações sobre quem o

usuário do celular está contatando. Tudo o que pedimos é localização rápida do

telefone celular”.

Com essa discussão, os americanos tentam identificar a linha tênue que

separa a necessidade de segurança da população da necessidade de proteger as

liberdades individuais — uma fonte constante de conflitos em várias frentes

políticas e jurídicas.

Versão brasileira

No Brasil, a mesma discussão é travada no Supremo Tribunal Federal desde

2010. A Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações

Competitivas (Telcomp)

 

entrou

 

com a Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.401

contestando a Lei estadual 18.721/2010, de Minas Gerais, que obrigou as empresas

 

de telefonia a fornecer informações sobre a localização de aparelhos de clientes. O

 

artigo 1º da lei determinou que a concessionária de serviços de telefonia celular é

 

obrigada a fornecer informações sobre a localização de aparelhos de clientes à

 

Polícia judiciária do estado, mediante solicitação, ressalvando o sigilo do conteúdo

 

das ligações telefônicas. Diz ainda que essas informações devem ser prestadas

 

imediatamente e que a concessionária responderá por danos decorrentes do atraso

 

no fornecimento de dados.

 

Segundo a associação, a lei poderia criar o hábito de os delegados de Polícia

 

passarem a deferir interceptações telefônicas sem antes fazer o pedido a um juiz.

 

Além disso, para a associação, não compete aos estados legislar sobre

 

telecomunicações, atribuição exclusiva da União, conforme prevê o artigo 22 da

 

Constituição Federal.

 

Em junho de 2010, o Pleno do STF concedeu liminar suspendendo a eficácia

 

da lei até o julgamento de mérito da ação, o que ainda não aconteceu. Desde junho

 

de 2011 o processo está concluso para o relator, ministro Gilmar Mendes, votar e

 

levar o caso novamente ao Plenário.

 

 

 

João Ozorio de Melo é correspondente da revista

 

Consultor Jurídico

 

nos Estados Unidos.

 

 

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LUIZ FUX PERMITE PAGAMENTO PARCELADO DE PRECATÓRIOS

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, determinou, na noite

desta quinta-feira (11/4), que os tribunais de Justiça do país têm de continuar a

pagar precatórios normalmente até que a Corte defina o alcance da decisão que

julgou inconstitucional a Emenda 62, apelidada de Emenda do Calote. Na prática, a

20

decisão permite que quem vinha recebendo os pagamentos parcelados, continue a

receber. Novos precatórios têm de ser pagos integralmente.

A decisão foi tomada a pedido do Conselho Federal da Ordem dos Advogados

do Brasil. A OAB entrou com petição junto ao processo informando que o fato de o

Supremo ter derrubado as regras vigentes fez com que alguns tribunais

suspendessem o pagamento de precatórios. Ou seja, quem estava recebendo de

forma parcelada, parou de receber.

Para Fux, “até que a Suprema Corte se pronuncie sobre o preciso alcance de

sua decisão, não se justifica que os tribunais locais retrocedam na proteção dos

direitos já reconhecidos em juízo”. Os pagamentos devem continuar a ser feitos

com base nos critérios da Emenda Constitucional 62, ao menos até que o STF

defina o que fazer com os precatórios que já vinham sendo quitados sob essas

regras. O plenário ainda discutirá a modulação dos efeitos da decisão.

Luiz Fux determinou, inclusive, que deve ser respeitada a vinculação de

receitas para quitar as dívidas de estados e municípios, “sob pena de sequestro”. O

presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho afirmou que “a decisão do

ministro relator da ADI impede que a vitória da cidadania seja aproveitada para

beneficiar devedores, como alguns pretendiam”. A determinação de Fux modula os

efeitos da decisão do plenário do Supremo.

Em recente

 

entrevista à revista Consultor Jurídico

 

, o presidente da

OAB afirmou que o poder público não pode transformar a vitória da cidadania em

 

ato de esperteza da má-fé de alguns governantes: “Jamais, é inadmissível — e o

 

Supremo Tribunal Federal será alertado pela OAB se isso realmente ocorrer. Será

 

inadmissível que um estado que vinha pagando um determinado valor deixe de

 

pagar por conta do julgamento. Porque ficará claro — é evidente, se isso acontecer

 

—, que ele deixou de pagar por oportunismo e por má-fé, não por dificuldade

 

financeira, já que vinha pagando”.

 

O Supremo Tribunal Federal derrubou em parte, em 14 de março, a Emenda

 

Constitucional 62/2009, que alterou o regime de pagamento de precatórios —

 

títulos da dívida pública reconhecidos por decisão judicial definitiva. Estima-se que

 

cerca de 1 milhão de credores tenham mais de R$ 90 bilhões a receber de estados

 

e municípios.

 

A norma julgada

 

 

 

 

inconstitucional

 

previa o pagamento em até 15 anos,

leilões para priorizar o credor disposto a dar mais desconto e a reserva no

 

orçamento de estados e municípios entre 1% e 2% para quitação das dívidas. Para

 

a maioria dos ministros, não é possível manter o regime porque ele prejudica o

 

cidadão, permitindo o parcelamento e a redução de uma dívida que deveria ser

 

paga integralmente e de forma imediata, no ano seguinte à expedição do

 

precatório. Também houve críticas ao comprometimento da autoridade judicial,

 

uma vez que as decisões deixam de ser cumpridas integralmente.

 

 

 

Rodrigo Haidar é editor da revista

 

Consultor Jurídico

 

em Brasília.

 

 

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MINISTRO DA JUSTIÇA REPROVA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quinta-feira (11/4),

em São Paulo, que é contra a diminuição da maioridade penal e defende a

inconstitucionalidade da medida. “A redução da maioridade penal não é possível, a

meu ver, pela Constituição Federal. O Ministério da Justiça tem posição contrária.

Em relação a outras propostas, vou me reservar o direito de analisá-las após o seu

envio”, disse, depois de participar de uma audiência pública na Assembleia

Legislativa de São Paulo sobre programas federais de segurança.

21

A ideia de mudança na maioridade penal foi proposta nesta quinta pelo

governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ele declarou que pretende enviar ao

Congresso Nacional um projeto para tornar mais rígido o Estatuto da Criança e do

Adolescente. A proposta do governador é que adolescentes que cometeram crimes

e tenham completado 18 anos não fiquem mais na Fundação Casa. O chefe do

Executivo paulista também defendeu penas maiores para os crimes graves ou

reincidentes.

Alckmin se manifestou sobre o assunto ao ser perguntado por jornalistas

sobre a morte de um jovem em um assalto quando chegava ao prédio onde

morava, na zona leste da capital. O estudante Victor Hugo Deppman, de 19 anos,

foi morto na última terça-feira (9/4). A polícia suspeita que o crime tenha sido

cometido por um adolescente de 17 anos.

O ministro disse que ainda analisará a proposta de Alckmin, mas defendeu

que o adolescente, que cumpre pena, não precisa ser encaminhado para um

presídio em vez da Fundação Casa. “Pela situação carcerária no Brasil, vamos ser

sinceros, existem verdadeiras escolas de criminalidade em muitos presídios. Há

exceções, mas temos situações carcerárias que fazem com que certos presos lá

adentrem e, em vez de saírem recuperados, saem vinculados a organizações

criminosas”, disse.

 

 

 

Com informações da Agência Brasil.

 

 

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