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24 de abril de 2013 - 18:07 - Notícias

Debates contestam PEC 37 em Brasília

público presente

Muitos foram os argumentos levantados na manhã de hoje, quarta, 24, durante o 1º Simpósio Brasileiro contra a Impunidade, o primeiro momento do ato público nacional que reúne entidades do Ministério Público Brasileiro na tentativa de impedir a aprovação, no Congresso Nacional, da PEC 37 – que visa estabelecer que a investigação seja atividade exclusiva das polícias civil e militar.

O evento ocorreu na sede do Ministério Público do Distrito Federal,  localizada no Eixo Monumental, e reuniu, em dois grandes debates, representantes de diversas instituições, parlamentares e autoridades; entre estas, a presidente da Ampeb  e em exercício da Conamp, Norma Angélica Cavalcanti.

As primeiras palavras foram do ministro Ayres Brito, que comparou o número da PEC (37)  ao seu artigo correlato na Constituição Federal, que, num paradoxo ao que vem sendo contestado, define os crimes relacionados a atos de improbidade e suas penas. “Este artigo 37 vem colocar a importância do MP na defesa da ordem jurídica. Para ter órgão de controle, é preciso fiscalizar. E fiscalizar é ver, apurar, investigar. Nem toda investigação se faz através de inquérito. Esta PEC é um atentado à ordem jurídica” .

Outro que defendeu a investigação por parte do MP foi o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-PA), que acredita que a PEC 37 deva ser imediatamente arquivada pelo atentado que representa à República e à democracia. “Uma democracia se constrói quando a moralidade pública é preservada e, na República, se tem uma instituição que tem esta responsabilidade é o Ministério Público. E a partir da prerrogativa investigatória”.

O deputado Alessandro Molon (PT/RJ)disse ainda que esta PEC surgiu de uma manobra torta de se tentar valorizar uma categoria e que não se esclarece qual problema a mesma quer resolver no país. “Hoje a taxa de investigação de homicídios no país é baixíssima, de 8%. O que se quer é limitar a investigação no país”, concluiu.

Outro que também se manifestou contra a proposta na primeira mesa de debates foi o professor Lênio Streck. A presidente em exercício da Conamp e também, da Ampeb, Norma Cavalcanti, também fez suas pontuações convocando a classe para continuar com a mobilização e comunicando que a Conamp vai divulgar com uma agenda positiva. “Devemos resistir na luta pelo bem. O Ministério Público é uma construção diária e queremos continuar trabalhando. Somos pagos para trabalhar, continuemos defendendo a sociedade brasileira”, disse Cavalcanti durante a segunda mesa de debates do simpósio.

Muitas colocações a favor da investigação por parte do MP foram feitas ao final do encontro. Muitas com exemplificações precisas, como a do presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Henrique Nelson Calandra, que citou que os responsáveis pelos assassinatos de quatro juízes no país foram punidos por causa do trabalho do MP.

Presença da Ampeb na mesa de debates

 

 

 

 

 

 

 

Texto/Fotos: Carla Ferreira – Ascom/Ampeb – de Brasília

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