Presidente da Ampeb compôs mesa solene, mas não teve espaço para se pronunciar

Uma demorada cerimônia marcou hoje à noite, 10, a abertura oficial da Semana do Ministério Público 2014, cujo tema das discussões é “A responsabilidade do Ministério Público para a garantia do regime democrático”. A solenidade, presidida pelo procurador-geral de Justiça Márcio José Cordeiro Fahel, iniciou com apresentação do grupo de metais e percussão da orquestra juvenil Neojiba, sob a regência de Iuri Azevedo. E ainda teve performance do ator Maurício Oliveira, que, através do humor, abordou a importância da autoestima.

O primeiro a se pronunciar foi o conselheiro do CNMP Claudio Portela, que elogiou a programação do evento ao pontuar que o ‘jurídico’ ficou um pouco de lado para se pensar nas pessoas, nas pessoas que fazem o Ministério Público. “Somos nós que fazemos as mudanças na realidade social. Para mudar a realidade, é preciso mudar as pessoas”, disse ao destacar que o membro do MP precisa se dar por inteiro para respeitar e receber o cidadão.

Em seguida, foram entregues as outorgas do mérito à professora, política e ativista do movimento em prol da mulher, Amabília Vilaronga de Pinho Almeida, ao artista Carlinhos Brown, e o prêmio J.J.Calmon de Passos à Fundação Lar Harmonia na pessoa de sua diretora, Cristina Miranda. Maria Rita Pontes, presente ao momento, ainda recebeu uma homenagem pelo centenário de Irmã Dulce. Todos os agraciados tiveram tempo para pronunciamento.

As últimas palavras foram do procurador-geral, que falou da corrupção em diferentes proporções, de um simples gesto individual até um crime grave, descrevendo vários tipos e especificações de atos corruptos. Marcio Fahel falou sobre a importância de se investir nas instituições de controle, como o Ministério Público, mas principalmente, no controle social, na responsabilidade das mesmas para o controle social. “É preciso dialogar abertamente com agentes políticos e econômicos”, disse ainda.

SEM FALA – O presidente da Ampeb, Alexandre Soares Cruz, lamentou o fato de não ter sido dada a palavra para o representante da classe, ato que é integrante do protocolo cerimonial de eventos do tipo. “O ano de 2014 foi marcado por duas iniciativas interessantes que aproximaram o MP e a sociedade: o debate público da eleição de PGJ, promovido pela Ampeb, e o atendimento ao público que abriu as atividades da Semana do MP. É uma pena que o mesmo MP que ouve a sociedade feche os ouvidos agora, por sua chefia institucional, para o que os seus próprios membros teriam a dizer, por intermédio de sua legítima representação classista. Uma incoerência lamentável. Pena que tenhamos perdido a oportunidade de fechar o ano com chave de ouro!”, declarou Cruz.

Ainda fizeram parte da mesa solene o procurador-geral do Estado Rui Moraes Cruz, representando o governador Jaques Wagner; o desembargador Lidivaldo Raimundo Reaiche Britto, representando o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Eserval Rocha;o presidente do Tribunal de Contas da Bahia, Inaldo da Paixão Rocha; o presidente do Tribunal de Contas do Município, Francisco de Souza Andrade; a procuradora-geral da República em exercício, Melina Flores e o corregedor-geral do MP, Franklin Ourives Dias da Silva.