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1 de setembro de 2014 - 18:10 - Notícias

ELEIÇÕES 2014 – Educação, valorização do servidor e defesa de administração técnica são argumentos de campanha de Da Luz

A maioria das questões que foram levantadas pelos membros do Ministério Público ao candidato a Governo do Estado da Bahia, Rogério da Luz (PRTB), em encontro na sede da Ampeb (Jardim Baiano) hoje, teve abarcada em suas respostas estes três pontos: a educação de qualidade, a valorização do funcionário público e a defesa de uma administração técnica e não política.

Ao abrir o encontro, o presidente da Ampeb, Alexandre Soares Cruz, apresentou a proposta do evento promovido pela entidade: propiciar ao futuro gestor conhecer de perto as demandas do Ministério Público da Bahia e de seus membros e dar oportunidade de cada candidato explicitar suas proposições de trabalho, especialmente nas áreas de segurança pública, orçamento e finanças, meio ambiente, educação, saúde, políticas para a infância e adolescência e administração penitenciária.

Num primeiro momento, Cruz elencou os setes pontos citados acima, definidos para serem abordados pelos candidatos nestes encontros e deixou Rogério Da Luz livre para se posicionar a respeito dos mesmos. Depois, procuradores e promotores de Justiça presentes destinaram perguntas. Foram eles Edmundo Reis, Silvana Suarez, Sara Mandra e  Olímpio Campinho.

Da Luz preferiu iniciar sua abordagem pelo tema ‘violência’, onde teceu duras críticas aos últimos governos e sugeriu a criação de uma espécie de “presídio-empresa”, através de parcerias público-privado que fariam com que o presidiário produzisse, trabalhasse, de dentro das penitenciárias. Neste item, boa parte da exposição foi destinada à valorização dos policiais militares e civis; segundo ele, elementos estratégicos para alterar o atual quadro de violência.

No quesito “Meio Ambiente” foi enfático em relação ao posicionamento contra a transposição do Rio São Francisco e a favor da recuperação das matas ciliares e dos cuidados com os rios. Na parte do Orçamento e Finanças, insistiu em afirmar que o “Estado é o principal réu do próprio Estado” e que os caos que se instala se deve ao fato de termos tido administrações políticas e não-técnicas, que faz inchar a máquina estatal. Ele defendeu a redução do número de secretarias e de cargos comissionados, defendendo a valorização do funcionário público, que deve ter um plano de cargos e salário digno, “para chegar ao topo”. “Só chega ao topo quem é comissionado”, afirmou.

As perguntas feitas pelos associados foram sobre o número de presos no sistema penitenciário e alternativas à prisão (Edmundo Reis); a educação no sistema penitenciário (Edmundo Reis); programa de combate às drogas (Silvana Suarez); política para crianças e adolescentes (Silvana Suarez); combate à violência contra a mulher (Sara Mandra) e o orçamento do Estado e sua execução (Olímpio Campinho).

Leia abaixo alguns trechos das respostas de Da Luz aos pontos deste bate-papo ocorrido na manhã de hoje, na sede da Ampeb. Depois da conversa, Da Luz concedeu entrevista a TV Ampeb, que será publicizada até amanhã através de canal no YouTube e do site da associação (WWW.ampeb.org.br).

A candidata Lídice da Matta, que estava prevista para o começo da manhã adiou o encontro para o dia 10, às 9h30, no mesmo local, e Renata Mallet ficou impossibilitada de participar por imprevistos de última hora, ficando de reagendar nova data.

Natural de São Paulo, Rogério Tadeu da Luz nasceu em 1968 e é analista de sistema. Já concorreu duas vezes à prefeitura de Salvador e uma vez (2002) ao Governo do Estado, primeira vez que disputou uma eleição. Leia abaixo trechos das principais falas durante o encontro.

VIOLÊNCIA

“A classe humilde não tem oportunidade de entrar na escola. É a escola que deve dar a oportunidade às crianças”;

“Fico triste quando ouço falar em crime organizado e governo desorganizado. A detenção se tornou uma universidade do crime. A pessoa entra e sai mais revoltado, pior do que entrou, a não ser que entregue sua vida a Deus”;

“É preciso pagar o GAP dos policiais, valorizar os policiais. Temos a imediata necessidade de contratar policiais, tanto civis como militares”;

“O que está destruindo o Brasil e a Bahia é gestão política. Como ter qualidade no  serviço público sem valorizar o funcionário público?”

MEIO AMBIENTE

“É um absurdo falar em transpor o Rio São Francisco. Os rios estão morrendo. Precisamos preservar o que temos, promover reflorestamento de matas ciliares e cuidar dos nossos rios”

ORÇAMENTO

“Se o orçamento do governo aumentou em 10%, hoje é de R$ 36 milhões, o do Ministério Público deve aumentar na proporção do governo. É a defesa da cidadania e do cidadão que está em jogo”

“Precisamos iniciar a gestão técnica e reduzir de 32 para 10 secretarias”

POPULAÇÃO CARCERÁRIA E ALTERNATIVAS À PRISÃO

“Quero construir 12 presídios, de capacidade para 500 a mil presos a através das parcerias público-privada, fazer uma indústria, para que os presos possam trabalhar. Um presídio grande em cada região que gere mão de obra, isto é dar condições de o preso se ressocializar, criar o presídio-empresa. Isto para os de pena leve. Os que cometeram crimes graves não devem ter esta oportunidade. Estes, só a Igreja”

EDUCAÇÃO NA PRISÃO

“As aulas devem ser obrigatórias para os presidiários e não opcionais. E deve ter incentivos como “o lanchinho da tarde”, mas sou contra a redução da pena. E tem de obrigar”.

COMBATE ÀS DROGAS

“As Igrejas são as instituições que mais recuperam drogados”;

“Estão querendo relaxar demais a educação, veja a Lei da Palmada, por exemplo. As crianças precisam de um programa educacional mais rígido, de melhor qualidade e só vamos fazer isto pagando bem ao professor”;

“A educação tem de ser mais comprometida com o aluno. É preciso ter turno integral, e para faixa etária que a criança está formando a personalidade; segundo pesquisadores, até 7 anos”.

POLÍTICA PARA INFÂNCIA E ADOLESCENTE

“Precisamos de uma educação de qualidade, esporte, lazer e cultura para as crianças e os adolescentes. Quero construir mais quadras de esportes e transformar o Parque de Pituaçu num estádio olímpico. Resgatar os jogos de primaveras, que não se sabe porque foi abolido do calendário das escolas, os campeonatos intercolegiais. Esporte é primordial”;

“Só a educação, o esporte, a cultura e o lazer podem acabar com a violência”;

“As crianças estão perdendo a noção do que pode, do que não pode, do que deve e do que não deve. Assim é que o crime organizado dá a oportunidade para elas. Agora a criança não pode trabalhar, mas pode tudo. Minha mãe trabalha desde os 12 anos e tem uma sequela enorme: virou uma pessoa de bem”.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

“Voltamos na educação. Eu chamo minha mãe de senhora até hoje”;

“O esporte tem regras, a partir do momento em que não se tem uma educação de base se perde o controle. Liberdade está virando libertinagem e está deixando uma sequela enorme na sociedade”;

“É preciso voltar a ter Educação Moral e Cívica nas escolas, como no Colégio Militar, e hastear a bandeira todos os dias”;

“A criança precisa de referência e a escola deve dar, sobretudo quando vê o pai batendo na mãe”;

“As mulheres vítimas de violência precisam de um ambiente saudável para viver com os filhos. Sou a favor da construção de um condomínio para abrigar estas mulheres e seus filhos e lá dar todas as condições para eles viverem bem: escola, praça de convivência. Não tem como resolver isto de outra forma. Hoje elas são encaminhadas a instituições. Por isto que a maioria prefere ficar com os maridos, os agressores”.

ORÇAMENTO E EXECUÇÃO POR PARTE DO ESTADO

“A Bahia é o terceiro polo de riqueza do país, moramos numa terra abençoada e não aproveitamos isso”.

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